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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

sábado, 8 de janeiro de 2011

Marcelo Semer - um artigo sobre preconceito de gênero

Reduzir preconceito de gênero não é tarefa fácil para Dilma



Marcelo Semer

Dia primeiro de janeiro de 2011, o país assistiu a cena até então inédita: uma mulher recebendo a faixa de presidente da República e passando em revista as tropas militares.

Enquanto o Brasil parava para ouvir o discurso de Dilma, parte dos twitteiros que acompanhavam plugados à cerimônia, se deliciava fazendo comentários irônicos e maldosos sobre a primeira vice-dama, Marcela Temer.

Loira, jovem e ex-miss, a esposa de Michel Temer virou imediatamente um trending topic.

Foi chamada de paquita, diminuída a seus atributos físicos e acusada de dar o golpe do baú no marido poderoso e provecto. Tudo baseado na consolidação de um enorme estereótipo: diante da diferença de idade que supera quatro décadas e uma distância descomunal de poder, influência e cultura, só poderia mesmo haver interesses.

Essa é uma pequena mostra do quanto Dilma deve sofrer para romper as barreiras atávicas do preconceito de gênero, ainda impregnadas na sociedade.

Se não fosse justamente pela superação dos estereótipos, aliás, Dilma jamais teria chegado aonde chegou.

Mulher. Divorciada. Guerrilheira. Ex-prisioneira. Quem diria que seria eleita para ser a chefe das Forças Armadas?

Superar estereótipos é o primeiro passo para romper preconceitos.

O exemplo de Lula mostrou, todavia, como sua tarefa não será fácil.

O país aprendeu a conviver com a sapiência de um iletrado retirante, mas os preconceitos regionais e o ódio de classe não se esvaziaram tão facilmente. A avalanche das "mensagens assassinas", twitteiros implorando por um "atirador de elite" na posse, só comprova o resultado alcançado pelo terrorismo eleitoral.

Dilma sabe dos obstáculos a vencer e é por este motivo que iniciou seu discurso enfatizando o caráter histórico do momento que o país vivia, fazendo-se de exemplo para "que todas as mulheres brasileiras sintam o orgulho e a alegria de ser mulher".

Em dois discursos recheados de assertivas e recados, não faltou uma lembrança emocionada a seus companheiros de luta contra a ditadura, que tombaram pelo caminho.

Mais tarde, receberia pessoalmente suas ex-colegas de prisão. Não esqueceu das "adversidades mais extremas infligidas a quem teve a ousadia de enfrentar o arbítrio". Não se arrependeu da luta, justificando-se nas palavras de Guimarães Rosa: a vida sempre nos cobra coragem.

Mas, mulher, adverte Dilma, não é só coragem, é também carinho.

É essa mulher, misto de coragem e carinho, que seu exemplo espera libertar do jugo de uma perene discriminação.

Discriminação que torna desiguais as oportunidades do mercado de trabalho, que funda a ideia de submissão, e que avoluma diariamente vítimas de violência doméstica, encontradas nos registros de agressões corriqueiras e no longo histórico de crimes ditos passionais, movidos na verdade por demonstrações explícitas de poder, orgulho e vaidade masculinas.

Temos um longo caminho pela frente na construção da igualdade de gênero.

Nossos tribunais de justiça são predominantemente masculinos, porque os cargos de juiz foram explícita ou implicitamente interditados às mulheres durante décadas. Houve quem justificasse o fato com as intempéries da menstruação e quem estipulasse que professora era o limite máximo para a vida profissional da mulher.

Nas guerras ou ditaduras, as mulheres além dos suplícios dos derrotados, ainda sofrem com freqüência violências sexuais, que simbolicamente representam a submissão que a vitória militar quer afirmar.

Mulheres são maioria nas visitas semanais de presos. Mas quando elas próprias são encarceradas, as filas nas penitenciárias se esvaziam. Com muito sofrimento e demora, sua luta é para garantir os direitos já conferidos a presos homens.

Sem esquecer as incontáveis mulheres de triplas jornadas, discriminadas pela condição quase servil de dona de casa, que se obrigam a cumular com suas tarefas profissionais e maternas.

Que a posse de Dilma ilumine esse horizonte ainda lúgubre de preconceito, no qual os estereótipos da mulher burra, submissa e instável, predominam na sociedade.

E que, enfim, possamos aprender, com as mulheres, a respeitar sua igualdade e suas diferenças.

Pois, como ensina Boaventura de Sousa Santos, elas, mais do que ninguém podem dizer: "Temos o direito a sermos iguais quando a diferença nos inferioriza. Temos o direito a sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza".

Façamos, assim, de 2011, um ano mulher.

Marcelo Semer é Juiz de Direito em São Paulo. Foi presidente da Associação Juízes para a Democracia. Coordenador de "Direitos Humanos: essência do Direito do Trabalho" (LTr) e autor de "Crime Impossível" (Malheiros) e do romance "Certas Canções" (7 Letras). Responsável pelo Blog Sem Juízo.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Miscelâneas e Tonterias da Jandira: A gratuidade da maldade humana me espanta e estar...

Miscelâneas e Tonterias da Jandira:
A gratuidade da maldade humana me espanta e estar...
: "A gratuidade da maldade humana me espanta e estarrece. Ser imperfeito é aceitável, seu mau por prazer é doença. O gato Fred Mercury foi agr..."

A gratuidade da maldade humana me espanta e estarrece. Ser imperfeito é aceitável, seu mau por prazer é doença. O gato Fred Mercury foi agredido, na rua, por um ser vivente. A criatura furou o olho do gato por prazer. Há orgasmos físicos e emocionais. A maldade e a bondade incluem-se no orgasmo emocional. Uns "orgasmizam-se" na tortura, outros "orgasmizam-se" na ternura. Na segunda hipótese, estão os donos da casa onde o Fred é tratado. Essa capacidade de afeto com qualquer ser vivente causa emoção e é desta capacidade que renovamos a nossa esperança e força para a descoberta do prazer de viver cada dia.
Fred, apesar de caolho, mantém a altivez e sua denguice felina.
Pergunto-me, porém, qual será o prazer em furar o olho de um gato? Sei que a resposta não existe.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Discofox

Miscelâneas e Tonterias da Jandira: De novembro a dezembro, três perguntas envolveram ...

Miscelâneas e Tonterias da Jandira: De novembro a dezembro, três perguntas envolveram ...: "De novembro a dezembro, três perguntas envolveram minha mente: 1 - O trabalho é constrói a dignidade humana? 2 - A internete e suas redes so..."
De novembro a dezembro, três perguntas envolveram minha mente:
1 - O trabalho é constrói a dignidade humana?
2 - A internete e suas redes sociais - twitter, orkut, facebook - empobrecem a comunicação na língua escrita?
3 - O que há de errado com a felicidade?

Continuo sem as respostas.

domingo, 14 de novembro de 2010


Há em mim uma dor tão grande! A solidão não é a falta da companhia de pessoas. A solidão é interna, é construída na falta da troca de ideias. É você calar o que pensa e sente para não perder uma fantasia de amizade. É você ouvir pensamentos tão contrários aos seus e calar-se para não ferir e ser ferida.
Há em mim uma dor tão grande!

Rita Ribeiro - Tecnomacumba no Bem Brasil - TV Cultura

sábado, 13 de novembro de 2010

Miscelâneas e Tonterias da Jandira: Viver é sério. Durante o curto período de nossa pa...

Miscelâneas e Tonterias da Jandira: Viver é sério. Durante o curto período de nossa pa...: "Viver é sério. Durante o curto período de nossa passagem por este planeta, enfrentamos momentos angustiantes e (des)angustiantes. Daí partem..."
Viver é sério. Durante o curto período de nossa passagem por este planeta, enfrentamos momentos angustiantes e (des)angustiantes. Daí partem conceitos,(pré)conceitos, preceitos,o certo, o errado, o bem, o mal, o bom, o mau e o diabo a quatro...
Pela minha parca experiência vivida, percebi que as pessoas que não riem de si mesmas, tornam-se chatas. Todos conhecemos algumas criaturas humanas que adoram brincar com outras criaturas humanas, mas, porém, contudo, todavia e entretanto quando brinca-se com elas, dizem: "não gosto disso" e adotam uma postura defensiva na vida. O que é isto senão a incapacidade de rir de si mesmo?
O bom humor é, para mim,a maior prova de sabedoria para esta nossa passagem por este planeta. A vida é séria por ela mesma. A inteligência humana conhece este fato. Torná-la mais séria do que ela é penso ser atitude desinteligente.Costumamos rotular as pessoas - muito inteligentes ou pouco inteligentes- não sei muito bem o que significam esses rótulos, mas sei, com certeza, o que é uma pessoa chata.Pessoa chata é aquela que se leva muito a sério. Não se pode confundir dois conceitos o da sabedoria e o da inteligência. Qualquer um pode ser inteligente, poucos sabem ser sábios.
Rir de si mesmo é sábio e saudável.
Livrai-nos dos chatos, amém!

sábado, 30 de outubro de 2010

29/10/2010
O Papa falou em democracia?!O Papa em sua última declaração, dirigida diretamente aos bispos brasileiros afirmou que os projetos políticos que contemplam a descriminalização do aborto ou da eutanásia traem o ideal democrático. Esse é o mesmo Papa que quando responsável pela Congregação da Doutrina da Fé, condenou a Teologia da Libertação por considerá-la "política". Nossa perplexidade: Como o chefe maior de uma Igreja que segue mantendo uma estrutura pré-moderna, piramidal e patriarcal pode falar em democracia? Como cobrar democracia dos Estados e líderes políticos, se a Igreja Católica ignora as vozes de seus/as fiéis que há tempo vem pedindo o direito de escolher seus bispos? Só é eficaz a exigência da democracia por parte de quem a vive como um ideal. Democracia inclui o direito de opinar sobre os temas de interesse coletivo. No debate democrático se constroem posições de consensos ou se mantém o dissenso, mas todos/as têm o direito de falar. O Papa, assim como o Rabino, a Mãe de Santo, o Pastor, o Monge Budista e todos/as representantes religiosos devem ser ouvidos e tratados com igual importância. Falar, orientar seus fiéis ou quadros religiosos, não significa tornar-se impositivo, e infringir a lei para disseminar suas idéias, desde que essas orientações dirijam-se unicamente aos fiéis daquela igreja. Mesmo assim, há que respeitar a liberdade de consciência de cada cidadão/ã que deve votar a partir de suas próprias convicções. A escolha cidadã não pode ser tutelada. O bispo de Guarulhos, D. Luiz Bergonzini infringiu os princípios democráticos, a laicidade do Estado ao divulgar os 2 milhões de panfletos contra a candidata do atual governo. Tentou interferir diretamente na consciência eleitoral da população católica. No Brasil há mais de cem anos, vivemos um regime de separação entre igreja e Estado, isso deve ser respeitado. Será que o bispo D. Luiz Bergonzini agiu de forma democrática? O Papa entende que isto é democracia? Há questões que correspondem tão somente aos/às cidadãos/ãs de um país. Eleição é uma delas. Trata-se de um princípio tão fundamental e "sagrado" da democracia que organismos como a ONU enviam seus representantes para que zelem pela retidão de processos eleitorais em países fragilizados do ponto de vista da democracia. Como pode então um chefe de outro Estado, que também é chefe religioso de uma igreja interferir em processos políticos do nosso país? Trata-se de um caso de desrespeito total à laicidade do Estado! O Papa também fala da promoção do bem comum. Quais são os critérios e valores utilizados para definir o "bem comum"? Diminuir o índice de mortalidade materna provocado por abortos clandestinos e inseguros não faz parte do "bem comum"? Nós, Católicas pelo Direito de Decidir - parte desta Igreja formada pelo povo de Deus- vimos a público manifestar nossa divergência com a orientação papal. Afirmamos nossa fé, e entendemos que ser católico/a é ser fiel à própria consciência, um chefe religioso não pode interferir na liberdade de consciência. Esse é um princípio básico do Cristianismo. Jesus também falou aos homens do templo, não se conformou com os hábitos e vícios da hierarquia judaica e é a Ele, que nós seguimos.



Fonte: Católicas pelo Direito de Decidir (www.catolicasonline.org.br)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Entre um trabalho e outro, uma revisão aqui, outra acolá, para refrescar as ideias, gosto de jogar cartas. Com essa finalidade, associei-me ao site jogatina.com. Como avatar coloquei uma foto da Dilma. Eis que sou surpreendida com um aviso do site advertindo-me sobre a proibição e a retirada da foto por ser indecorosa, obscena etc.
Houve uma troca de e-mails entre mim e o site. A foto continua lá.
O que me surpreende é a atitude nazista de quem denunciou a foto. O que me surpreende, mais ainda, é que acusam o PT de ser um partido fascista. Pelo que tenho observado nesta campanha, o ódio é implantado pelo medo de perder. Os argumentos são os mais insólitos possíveis. Fui alcunhada de ignorante por declarar o meu voto em Dilma Roussef.
Parece-me que está no ar uma aura de um neonazismo alimentada pela ignorância e o medo de alguns eleitores.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Um cronista



Ainda muito jovem gostava das crônicas de Antônio Maria no jornal Última Hora. Hoje, lembrei-me dele. Talvez porque hoje me sinta com "... cansaço da vida, cansaço de mim... Em verdade vos digo: cansaço da burrice do senso comum!


O pior encontro casual

Antônio Maria


O pior encontro casual da noite ainda é o do homem autobiográfico. Chega, senta e começa a crônica de si mesmo: "Acordo às sete da manhã e a primeira coisa que faço é tomar o meu bom chuveiro". Como são desprezíveis as pessoas que falam no "bom chuveiro!" E segue o parceiro: "Depois peço os jornais, sento à mesa e tomo meu café reforçado". Ah, a pena de morte, para as pessoas que tomam "café reforçado!" E a explanação continua: "Nos jornais, vocês me desculpem mas, a mim, só interessa o artigo de Macedo Soares e as histórias em quadrinhos". Nessa altura o autobiográfico procura colocar-se em dois planos, que lhe ficam muito bem: o que ele julga de seriedade política (Macedo) e o outro, de folgazante espiritual (histórias em quadrinhos).

E vai daí para outra modesta homenagem a si mesmo: "Aí, então, é que vou me vestir. Quanto à roupa, nunca liguei muito, mas, camisa e cueca, tenha paciência, eu mudo todo dia". O "tenha paciência" é porque está absolutamente certo de que estamos com a camisa e a cueca de ontem. "Acordo minha senhora, pergunto se ela quer alguma coisa e vou para o escritório". Gente que chama a mulher de "minha senhora" está sempre pensando que: não acreditamos que eles sejam casados no civil e no religioso; no fundo, desconfiamos de que sua mulher lhe seja infiel. E vai adiante o mal-feliz: "Só aí vou para o escritório, mas nunca antes de passar no jornal, para ver se há alguma coisa". Esse "passar no jornal" é um pouco difícil de explicar. Mas todo homem banal tem muita vergonha de não ser jornalista e alude sempre a um jornal, do qual tem duas ações ou pertence a um primo, ou amigo íntimo.

Vai por aí contando sua vidinha, que termina, melancolicamente, com esta frase: "À noite, eu sou da família!". Bonito! "Visto meu pijama, janto, deito no sofá e vou ver a televisão, com as crianças em cima de mim". Está aí o retrato perfeito do cretino nacional. E, o que é triste, além de numeroso, está em toda parte. Que horror me causam as pessoas do "bom chuveiro", do "café reforçado", os de "Macedo Soares e das histórias em quadrinhos" (os que gostam só de Macedo Soares ou só de histórias em quadrinhos são ótimos), que precisam dizer que mudam camisa e cueca todos os dias, as que citam "sua senhora" e os que "passam no jornal, antes de ir para o escritório". Nossa maior repulsa, ainda, por quem janta de pijama e deita no sofá, com as crianças em cima. Ah, essa gente me procura tanto!

19/10/1959


Texto extraído do livro "Com vocês, Antônio Maria", Editora Paz e Terra - Rio de Janeiro, 1994, pág. 163.

Partido Alto Bolinha de Papel - Sambistas com Dilma

domingo, 24 de outubro de 2010

Meu nome é João - Despedida

Com este vídeo me despeço da ERA LULA. É antigo, mas sei que algumas metas foram alcançadas. O próximo governo, representado pela Assembleia e pelo Senado, já está eleito seja quem for o vencedor do 2º turno.