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domingo, 28 de julho de 2013

Ser carioca é inexplicável. Não é ser melhor, não é ser pior... é apenas ser. Conviver com o antigo, seja barroco,seja neoclássico, seja pós moderno é para o carioca muito natural .É irreverente e conservador simultaneamente.  Temos bairros-cidades dentro de uma única cidade: Copacabana e Tijuca muito traduzem este aspecto, Mar, lagoas e floresta caminham lado a lado assim como a riqueza e pobreza..

Todas as religiões tornam-se cariocas no Rio de Janeiro. São reverenciados os deuses da mitologia africana, grega e romana convivendo com os deuses do cristianismo e com  o deus do judaísmo traduzindo e criando assim a sua forma de ser e sentir.

Na floresta da Tijuca, temos a capela Mayrink, com obras de Candido Portinari. Singela em meio mata, nos desperta a fé isenta de qualquer preceito religioso. É o verde silêncio da floresta e arte do ser humano, logo o deus que que habita em nós floresce e acalma.

sábado, 27 de julho de 2013

Quando Antonio da Costa e Silva,português, guitarrista, fadista, assobiador, meu pai e avô de Flavio Corrêa de Mello morreu em 24/04/1999, Flávio, o neto poeta, escreveu, no dia seguinte, este texto que traduz a saudade digna que dele, até hoje, sentimos:
Sabiá
Velho sabiá, por onde andas?
Aqui, comigo, sua falta faz.
Tua velha , crioulo.
Anda com teu assovio na cabeça.

Velho sabiá,
olha que Santo Antonio
é protetor da casa,
olha que as estrelas
carregam teu nome.
Olha que a guitarra
vez em quando
arranha lágrimas
na canção da Madragoa

Velho sabiá
sorri criancices
lá na pontinha do céu
e de lá, ele jorra com força
dignidade e transparência
que sempre lhe apeteceu
uma cachoeira de luz
que nos afoga, ainda mais,
em melancolia e ausência...