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domingo, 6 de setembro de 2009



Pior que a convicção do não, a incerteza do talvez é a tristeza do quase. O jogador que quase ganhou, continua jogando, o estudante que quase passou, continua estudando. O que quase aconteceu, em verdade, não aconteceu nem acontece. Viver pensando no quase é viver no outono. As oportunidades escapam por pensar demais, as chances se perdem pelo medo, as idéias não saem do papel. Mas, existem alguns que dizem/escrevem conteúdos-idéias que nos causam muito prazer e nos obrigam à busca daquilo que julgamos certo. Outros escutam, lêem, compreendem e passam para do pensamento para a realiz(ação). As idéias saem do papel, saem do quase e ganham vida.


Dentre os que pensam e escrevem, destaco, no século XIX, o cubano José Julián Martí y Pérez. Poeta, ensaísta, professor, filósofo e teórico político. Nasceu em 28 de janeiro de 1853, morreu em 19 de maio de 1895.


Durante sua curta vida, Martí saiu de seu ideário político e partiu para a ação. Foi um revolucionário, um lutador pela independência de Cuba da Espanha. Não viveu para ver Cuba liberta dos espanhóis. Em 19 de maio de 1895, Martí foi preso e mutilado pelo exército espanhol e seu corpo foi exibido à população em diferentes partes da Ilha.


Martí defendia a guerra sem ódio. Para ele, a luta só é válida se promover uma profunda transformação no comportamento humano nos aspectos culturai,s políticos, econômicos e sociais. Dizia ele:” quem se sentir ofendido com a ofensa feita a outros homens, quem não sentir na face a queimadura da bofetada dada noutra face, seja qual for a sua cor, não é digno de ser homem”.[1]


Saindo da teoria para a ação, Martí deixou o quase. Tornou-se um símbolo da luta pela independência buscando igualdade social. Em Cuba, inspirou estudantes, entre eles, Fidel Castro.


A revolução cubana, liderada por Fidel, trouxe mudanças profundas, propostas por Martí, no comportamento do povo cubano: autoestima elevada, respeito pela cultura, taxa de analfabetismo próxima a zero, baixo índice de mortalidade infantil, menor número de casos de AIDS per capita no mundo, entre outros. Não se pode negar, também, que o menor número de aparelhos celulares e acesso à Internet, no mundo, estão, também, em Cuba. Mas isso é outra história.








[1] MARTÍ,José. Páginas Escolhidas. Rio de Janeiro. Alba,1940

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